
Em pleno século 21 e o esporte brasileiro ainda caminha preso décadas atrás, tecnicamente falando, sendo a respeito disso a falta de desempenho competitivo a contento, principalmente no cenário internacional, onde mesmo no futebol, onde um dia foi referência, perde a cada ano mais este seu lugar.
Existem duas questões de grande atraso na mentalidade, comentários e preocupações dos presidentes de clubes, dirigentes, técnicos, comentaristas esportivos, mídia e afins: a da ferramenta da tecnologia e da ferramenta da psicologia do esporte, ambas imprescindíveis para quem quer se considerar um time profissional de fato e ter a mínima chance competitiva sem passar vergonha maior e desnecessária.
Temos percebido presidentes de clube, dirigentes, diretores, técnicos, e mesmo jogadores, totalmente desconectados da realidade profissional esportiva atual, muitos atuando como se fossem profissionais, mas suas ações são orquestradas pelo empirismo, e geralmente se trata de pessoas que um dia foram atletas e acreditam que sabem o que se precisa saber para atuar profissionalmente doutro lado por isso, simplesmente pela experiência vivida ou pelas trocas de informações entre seus pares, que não se questiona tal valor, mas nem de perto se torna referencial gradual para muitas atuações por si só.
O esporte brasileiro precisa se profissionalizar se não quiser ser conceituado como amador, mesmo maquiado de profissional, e este movimento se dará por novas e amplas perspectivas e visão empreendedora dos responsáveis pelos times e grupos esportivos.
No tocante a participação do PSICÓLOGO DO ESPORTE, este precisa ser bem preparado teoricamente, principalmente com formação mínima em psicologia e pós graduado em tal especialização. Não adianta colocar um profissional desta estirpe para ser um coach motivacional, que é investimento perdido desde sua contratação, sendo melhor nem tê-lo em seu corpo técnico, por ele se torna um grande engodo.
O trabalho da psicologia do esporte e do exercício vai para muito além disso, tendo atuação direta não somente sobre os atletas, mas em toda equipe técnica, até a presidência do clube. Além de atuação na base do time, preparando e peneirando os futuros atletas profissionais, seja para serem usados no próprio time, seja para vendê-los para outros.
Como também o trabalho deste profissional será para além do caráter coletivo, mas também individual dos jogadores, indo desde as questões profissionais diretas, até as de caráter de foro íntimo e familiar, pois estão todas interligadas nos resultados em campo.
Também faz amplo trabalho de orientação profissional, peneira nas contratações e sinalizações de possíveis demissões e substituições, promove ferramentas de uso do estresse e ansiedade pró melhora de resultados, acompanha treinamentos, jogos, vestuário, viagens, competições e afins. Enfim, está presente diariamente com toda a equipe, seja enquanto observador, seja enquanto articulador, seja enquanto alicerce e porto seguro em diversos momentos, seja como sinal de definições de diversas dúvidas e operacional na gestão de conflitos de diversas ordens.
Como também sempre sinalizo em meus artigos jornalísticos a respeito desta temática, que nada adianta pouco investimento num profissional da psicologia do esporte, pois isso será proporcional ao seu resultado, bem como nível do mesmo. Bem como afirmo que é incoerente e amador clubes afirmarem que não possuem caixa para gastar com tal profissional, sendo a mesma coisa que um comerciante cortar a propaganda pelas vendas estarem ínfimas, esperando melhorar para tal, sendo uma mentalidade invertida do processo e deveras amadora, sinalizando falta de profissionalismo e visão empreendedora.
Outra questão que sempre sinalizo é a falta de entendimento de muitos clubes, que acreditam que, ao contratarem um psicólogo do esporte, os resultados de sua atuação virão nos primeiros meses e serão claras sobre tal, pois pensam não ter associação com outros profissionais em atuação pelo bem do clube. Isso é mais uma mentalidade amadora e desprovida de entendimento profissional e como funciona este trabalho sistêmico.
Protelar a contratação de um psicólogo do esporte, bem como de inserir tecnologia nos treinos e afins, é estar fadado ao fracasso, é ficar à mercê da sorte, é gostar de viver brincando de roleta russa, é confirmar que se trata de um amador antiquado, mesmo querendo acreditar se tratar de um profissional.
Como sempre digo, se um time não têm condições de bons investimentos para competir a altura, mais digno que feche suas portas e viva na memória pelo passado ou que caia no esquecimento.
Permanecer num aspecto técnico e profissional ultrapassado é como insistir em continuar velando um morto que já deveria ter sido enterrado, mas suas viúvas continuam na esperança relacional com o defunto ou querem brincar mais um pouco de viver sobre o status que um dia o morto tinha, bem como da esperança que ele as alimentava outrora.
Todos nós torcemos pelo profissionalismo do esporte brasileiro, seja ele em que tipo for, para que possa mostrar rendimentos satisfatórios, e que seja digno de competir internacionalmente, ou menos nacionalmente, e seus resultado promovam respeito a todos os elementos envolvidos, além de esperanças aos futuros atletas.
Que os responsáveis pelos clubes se atualizem e se abram as novas perspectivas do esporte do século 21, ou serão fadados a mediocridade e ao esquecimento, se não foram sinais registrados de negatividade na história do time ou clube a que dizem defender.
Os bons profissionais, ou os profissionais de fato, se abrem para as perspectivas técnicas do século 21 e marcam suas trajetórias profissionais positivamente por isso e serão marcados como orgulho do esporte brasileiro, considerados vanguardistas e profissionais dignos de tal nomenclatura.
(conteúdo trabalhado em minha palestra ESPORTE & PSICOLOGIA: um casamento perfeito e necessário)